Cartão de crédito Lojas/Varejo: a responsabilidade das empresas
INSPIRAÇÃO NO VAREJO, por ALAIN WINANDY - CIÊNCIA DO VAREJO, mentoria e consultoria - Direitos reservados
Estamos agora com discussões da taxa cobrada pelos cartões de crédito, o que não é uma discussão nova.
O problema atual é que o endividamento do consumidor por esse meio de pagamento aumentou muito, e, nesse ponto o varejo tem sua parte de responsabilidade.
Quando vou em algumas lojas físicas de grandes redes, principalmente, tenho recebido abordagens para fazer o cartão de crédito da loja, por pessoas destacadas exclusivamente só para isso. Às vezes, na mesma loja, duas, até três abordagens com pessoas diferentes no mesmo dia.
O que estaria por trás dessa insistente busca? Maior benefício para os clientes? Maior fidelização? Maiores vendas? Maiores lucros financeiros?
Observamos também que há ações, até de baixa de preços, que incentivam o consumidor a possuir um cartão de loja e utilizá-lo, o que parece, um contrassenso, comercialmente falando.
Fazer ofertas exclusivas para o cartão de crédito é dar desconto para quem compra a prazo, a lógica no varejo é dar desconto a quem paga a vista, em espécie ou pelo PIX. Tem relação com o fluxo de caixa, importantíssimo no varejo.
Antigamente, o varejista que queria dar prazo rotativo, o fazia sem cobrar juros, seja em um cheque pré-datado (prática muito comum), seja em cartões emitidos pela empresa, sem relação com bancos. E olha que a inflação não era baixa.
A lógica era praticar uma margem e ter uma negociação comercial com o fornecedor para obter um volume de vendas que diluísse as despesas fixas, compensasse as outras despesas, inclusive financeiras.
Haviam distorções mas eram exceções à regra, como, por exemplo, um varejista que dava cheque pré de 60 dias para “amarrar” o consumidor, que não poderia deixar de comprar da empresa por conta da dívida dos cheques ainda não pagos. Uma fidelização “na marra”.
Para dar mais prazo, o carnezinho, com juros até que altos, mas nada parecido do que cobram esses cartões de crédito.
Voltando aos cartões de crédito fornecidos pelas lojas hoje.
Normalmente esses cartões são atrelados em algum banco, que devem repassar vantagens na operação para as empresas varejistas.
Que há benefícios para o consumidor, sem dúvida, ele recebe um prazo para pagar e parcelamentos às vezes maiores dos que não possuem o cartão da loja e, na maioria dos casos, não há cobrança de anuidade.
Mas, deveria também ter juros menores, e outros mecanismos para evitar a inadimplência, para essa situação.
Da forma como está, o varejo incentiva o consumo, libera crédito fácil, aumenta o endividamento, e ainda se dá ao luxo de fazer promoções exclusivas de desconto no preço e, mesmo assim, tem um bom lucro financeiro, em grande parte, pelos juros pagos pelos atrasos ou inadimplência. Para constatar, basta analisar os resultados do cartão no balanço de algumas empresas varejistas com capital aberto.
Aí está a parcela de responsabilidade do varejo. E é significativa.
Que tal não fazer promoções exclusivas para o cartão, ter aprovação de crédito controlada para diminuição de inadimplência, repassar para o consumidor resultados positivos da operação de cartão, as vantagens repassadas pela bandeira/banco, e, assim, reduzir os juros para o consumidor? Buscar o lucro na margem comercial e negociações, no aumento de vendas (reduzindo assim a participação das despesas fixas, altas no varejo) e resultado monetário das margens, pelo volume, como era feito para o rotativo, em um passado não tão distante.
Não é uma falácia pensar assim, se não tão radicalmente, mas nesse sentido. O varejo precisa do consumidor, comprando e consumindo. Não se mata a galinha dos ovos de ouro.
O consumidor está mudando e hoje muito mais atento no que as empresas estão fazendo não apenas para si, mas também pela sociedade. E, quando não há solução para o problema, regula-se.
Inspiração no varejo, por ALAIN WINANDY - Ciência do Varejo, mentoria e consultoria - Direitos reservados
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Fonte imagem: Pabrita Kaity por Pixabay
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