Nos supermercados da Europa, toda Europa está presente
Isso que é mercado comum. Quer uma comida italiana, um queijo Francês ou grego? Todos os quatro cantos da Europa estão lá. E, você sabe de onde vem. Para exemplificar, desde 2005 todos os ovos tem um carimbo para indicar o país de procedência (e um código dizendo como foram criadas).
Tudo regulamentado pela comunidade europeia. Outro exemplo, você não vai encontrar carne com hormônio, todos os países seguem a mesma regulamentação, o mesmo padrão, e todos os produtos são verificados, rastreados, tem procedência conhecida e divulgada nas próprias etiquetas.
Também estão padronizadas as informações nutricionais e, para comparação de preços de produtos de procedência ou países diferentes, e, os supermercados também devem ter as informações de preço por unidade, nas etiquetas de preços.
Com um mercado comum desenvolvido assim, todos ganham:
• Mais concorrência se reflete em melhores preços para o consumidor final, maior poder de barganha para os supermercados, melhor produtividade, desempenho e entrega de valor por parte dos produtores/fabricantes.
• Maior variedade de opções para o consumidor, maior consumo, maiores vendas para os supermercadistas. Para os fabricantes/produtores, o mercado para comercializar seus produtos se amplia, assim como seu conhecimento, pelo acesso facilitado a diversos países.
• Maior qualidade para atender uma padronização única resultante da avaliação de diversos padrões de vários países e aprovação conjunta.
Para chegar lá teríamos de mudar várias ideias preconcebidas e estabelecidas como verdades, como a proteção de mercado, barreiras (inclusive alfandegárias), tributos, dentre outras.
Vale a pena aprender com esta experiência, lá, observamos redes de supermercados cada vez mais fortalecidas e estabelecidas em diversos países deste mesmo mercado comum.
Mas, se para nós o mercado comum ainda está distante e possui outras características e desafios, podemos pelo menos atuar proativamente em outras frentes. Precisamos avançar também em regulamentação, talvez (e até melhor se assim fosse) coordenadas pelas próprias associações do setor, para já melhorar esta qualidade de produtos e serviços, e, os interesses do consumidor.
Pegando este exemplo da padronização das etiquetas de preço e vendas unitárias, não é difícil encontrarmos por aqui, por exemplo, que ovos vendidos em dúzia possam ser mais baratos (por unidade) que os mesmos ovos (tamanho, qualidade) vendidos na embalagem de 20 unidades. Para o consumidor que percebe isso, parece que estão tentando enganá-lo, pois a impressão é que a embalagem de vinte deveria ser mais econômica; e, como deveríamos saber, comércio é serviço, e, em serviços, a confiança é mais importante que tudo.
E a nossa rastreabilidade? E a padronização das informações nutricionais olhando pra a melhor solução para os consumidores? E os hormônios? E os agrotóxicos e seus resíduos nos alimentos? E a qualidade na criação dos animais? E...?
E assim vai, a diferença e qualidade entre os dois mercados aumentando cada vez mais, enquanto estamos neste compasso de espera e velocidade reduzida, na espera que talvez aconteça alguma coisa vinda de fora do setor ou exigência dos consumidores. Hora de mudar os conceitos estabelecidos, pensar de forma diferente e fazer acontecer, pelo próprio setor.
ALAIN WINANDY - TREINAMENTOS DE GESTÃO & CONSULTORIA - DIREITOS RESERVADOS
Fonte básica e imagens: https://actu.orange.fr/monde/videos/consommation-au-supermarche-l-europe-a-portee-de-main-CNT000001f2SMv.html. Análise e comentários do autor.