top of page

Promoção de supermercado nunca vista na Bélgica gera guerra de preços


O comum atualmente é vermos por aqui promoções do tipo 50% de desconto na segunda unidade. É uma tática de pricing para deixar a oferta mais atrativa, pois, 50% de desconto na segunda unidade equivale a 25% de desconto nas duas. Anunciar 25% tem menos impacto do que anunciar 50%, e, o consumidor é atraído pela vantagem de ter 50% de desconto na segunda unidade (mas, a realidade é que está levando 25% nas duas). Isso quando não se atenta e leva, por exemplo três unidades, e leva o desconto em apenas uma (aí o desconto real é de em torno de 17%...).

Antes, víamos ofertas do tipo Leve 4 Pague 3, que é exatamente o mesmo desconto (25%), só, que neste caso, você tinha de levar quatro unidades, agora, com 50% na segunda, só duas.

Outra promoção que víamos muito antes era o Leve 3 pague 2, hoje não tão comum de ver (em alguns produtos é a promoção do fabricante, como observamos, por exemplo, em cremes dentais). Talvez não seja tão comum, por dois motivos: uma porque o desconto é maior (em torno de 33%), o que representa mais sacrifício (de preço ou margem) para o fabricante ou varejista, outra porque 50% de desconto (mesmo que na segunda unidade) parece ser mais atrativo na percepção do cliente.

Mas, isso parece “fichinha” perto da promoção de uma rede de supermercados na Bélgica, tanto em percepção dos clientes, quanto em percentual de desconto.

A rede Albert Heijn (do grupo Ahold/Dehaize) ficou famosa com sua promoção 1 + 1 Grátis. Não é 50% de desconto no segundo, o segundo é grátis. 100% de desconto no segundo. 50% de desconto nos dois. O dobro do que habitualmente vemos por aqui. A chamada é forte. A palavra grátis é muito forte. Se a promoção chamasse Leve 2 Pague 1 não seria tão forte.

Até vemos por aqui algumas promoções de 50% em supermercados, mas, não é tão comum, ou são esporádicas, não tem uma sequencia, como as desta rede.

Só que agora ela resolveu inovar na Bélgica, com sua promoção 1 + 2 Grátis (em torno de 67% de desconto). Tão forte o apelo e o retorno que está incomodando os concorrentes e os pequenos comércios: já há uma demanda para que a inspeção econômica abra um processo para verificar a validade deste tipo de promoção, porque lá (como aqui também), não se pode vender produtos com margem negativa. Outro argumento é que provoca uma guerra de preços que pode custar empregos e impedir em investimentos, como tecnologia e inovação.

Para uma promoção assim dar resultado ela deve ser muito bem negociada (para não incorrer neste argumento/risco de margem negativa) e ter produtos que sejam relevantes para o consumidor. Além do mais, ela deve ser planejada para que a atração de clientes se converta em vendas de outros produtos, e, ela deve ser sustentável no sentido que os clientes sejam fidelizados, pois o aumento sucessivo de faturamento dilui as despesas fixas que, em supermercados, são bem maiores que as variáveis, permitindo operar lucrativamente com margens menores.

Enfim, é uma promoção jamais vista na Bélgica. Quem sabe poderemos em breve ver com certa frequencia pelo menos as promoções de 1 + 1 grátis por aqui (ou até 1 + 2, porque não), com certo padrão de repetição, afinal, lá fora tem gente que faz e dá certo, e, neste mundo cada vez mais competitivo, globalizado, as notícias correm....

Veja a seguir o folheto da Albert Heijn como ficou:


ALAIN WINANDY - www.cienciadovarejo.com.br

Treinamentos de gestão & consultoria para varejo e supermercados

Direitos reservados



Últimos posts
bottom of page